CRÓNICA DA CORRIDA NA MOITA: "UMA TARDE QUE NÃO DEIXA SAUDADE"



No passado sábado teve lugar na Moita a tradicional corrida da feira, o cartel era composto por Gilberto Filipe, Marcos Bastinhas (que foi substituído por David Gomes por se encontrar doente), Duarte Pinto, Miguel Moura (substituído por Filipe Gonçales por ainda não se encontrar restabelecido da colhida de Portalegre), Parreirita Cigano e António Prates.
As pegas estiveram a cargo dos dois grupos da terra, Amadores da Moita e Aposento da Moita, frente a um curro da Ganadaria Veiga Teixeira.
Estava em disputa nesta tarde o prémio para a melhor pega.
Terei que começar esta crónica dizendo que cada vez mais na nossa comunicação social taurina vimos cinismo e hipocrisia, onde os tostões fazem a festa à  maneira de cada um e não como ela realmente acontece, como podem enganar o aficionado com fantasias que só mesmo na cabeça de quem as vive existem....
Como posso eu ler que no passado sábado houve alguém que triunfasse se apenas tivémos um quadro de miséria!!!
Tivémos uma corrida sem tempero, sem emoção, tivémos apenas três horas passadas com a imensa vontade que acabassem tal não era a carência de motivos positivos.
As pessoas têm que parar de querer inventar coisas para ganhar tostões, tragam cá para fora o que realmente se passou, crônicas existem para que quem não foi à corrida saiba exactamente o que se passou e não uma fantasia só aos olhos de alguns...
Vamos à corrida!!!
A nível de lides tenho muito pouco a falar porque de facto pouco ou nada há a relatar, a nível dos seis cavaleiros vimos de tudo, cavalos a fugir, passagens em falso, toques nas montadas e uma imensa falta de vontade e entrega.
Terei que dizer que dos seis em praça, na minha opinião não havendo qualquer triunfador, mesmo assim quem se destacou pela positiva foi o jovem António Prates, ao contrário do que por aí dizem que o rapaz esteve péssimo, lá está o dinheiro não existe para falar bem de António Prates.
Falando do curro Veiga Teixeira tivémos um curro com algumas oscilações de peso, no que respeita a bravura não esteve nenhum ao nível a que estamos habituados da ganadaria, os toiros cumpriram mas sem criar dificuldades.
No que respeita aos homens das ramagens vou começar pelos Amadores da Moita por serem os mais velhos da ordem.
Abriu praça o forcado Fábio Silva, um forcado já com provas dadas de que é um bom forcado e mais uma vez foi nesta tarde, sabendo citar e carregar o oponente de forma eficaz, teve uma boa reunião onde o seu par de braços foi essencial pois caso assim não tivesse sido a pega não se tinha concretizado visto que o grupo a ajudar foi zero.
Segunda pega da tarde foi entregue ao forcado Luís Lourenço também ele correcto perante o oponente, a saber fazer o que lhe era pedido, mais uma vez o grupo se esqueceu para o que ia e ajudar ficou para outro dia.
A sorte foi que os toiros não estavam a fazer mal porque a “ajudarem” assim não sei como seria.
Terei de dar os parabéns a estes dois forcados da cara pois estiveram enormes mas lá está a pega é feita por oito...
A fechar a tarde dos Amadores da Moita foi cara o forcado João Raposo e desta pega tenho tanto para dizer infelizmente coisas que deveriam ser proibidas fazer numa pega.
Em primeiro lugar vejam a apresentação do João Raposo quando vai pegar este toiro, não havia uma ponta do seu corpo que não tivesse sangue, a farda estava lastimável...!!!
Agora dizem “sim mas ele esteve a ajudar nos outros toiros” até aí tudo bem, então mas se não há mais opções não se aceitam os desafios, agora um forcado ir neste estado concretizar uma pega é que deveria ser proibido.
João Raposo teve pela frente um toiro fechado em tábuas, soube citar, o toiro não se arrancou de imediato, quando arrancou a reunião não foi correcta.
Teve que desfazer uma vez, e na terceira tentativa reuniu bem esteve enorme, teve uma brilhante primeira ajuda de Filipe Correia o que é certo é que mais uma vez o grupo não ajudou e lá está sem ovos não se pode fazer a omelete, a pega tinha sido concretizada aqui se houvesse ajudas. 
João Raposo infelizmente recolheu à enfermaria e o curioso é tudo o que se passou daqui para a frente, foi à dobra o forcado Pedro Duarte, o cabo decidiu mudar o primeira ajuda nem percebi porquê, porque se houve quem esteve enorme a ajudar (E O ÚNICO) foi Filipe Correia, o certo é que tentativas atrás de tentativas se fizeram e ajudas nem vê-los.
Após algumas tentativas também Pedro Duarte foi substituído indo o próprio cabo à dobra, o mais surreal é que Pedro Duarte saiu da pega estando até encostado as tábuas e quando o toiro já estava pegado ele entra para rabejar tirando o forcado que lá estava.
Então mas não está em condições de pegar mas já estava para rabejar????
Realmente esta pega foi para esquecer, caso os ajudas tivessem feito o que lhes competia e João Raposo teria pegado à segunda tentativa.
Parabéns João pela entrega mas sozinho é impossível...
No que respeita ao Aposento da Moita iniciou a ordem do grupo o cabo José Maria Berttencourt com uma pega sem dificuldades e com o grupo a ajudar coeso.
Leonardo Mathias foi o segundo a tentar a sua sorte com uma pega completa, a técnica esteve lá assim como tudo o que era pedido tanto ao forcado da cara como aos ajudas.
Ruben Serafim fechou a tarde do Aposento da Moita, não foi a sua tarde ele um excelente forcado não teve em nota positiva perante o oponente, nunca foi ele a mandar e dessa forma quem mandou foi o toiro, a desconcentração foi notória e as coisas não correram como desejado, concretizou a sesgo nunca desistindo e aí é de louvar, mas de facto não foi a sua tarde.
Como disse no início estava em disputa o prémio para a melhor pega a meu ver mal entregue apenas por um motivo, o prémio é para a melhor pega e foi entregue a uma pega onde apenas o forcado da cara  fez o que devia, a pega é feita por oito, se era para ser assim então que o prémio fosse para o melhor forcado da cara e aí seria justíssimo a entrega, neste caso teria sido justamente entregue a Leonardo Mathias do Aposento da Moita que teve uma pega completa.
Eu cada vez mais acho que não deveriam existir estes prémios pois sinto que são sempre injustos.
Ganhou Fábio Silva dos Amadores da Moita que esteve enorme mas pegou sozinho.
Último apontamento é sobre a taça entregue como prémio, por favor a inovação está cair na rua da amargura, a taça era linda para uma corrida de automóveis ou um torneiro de futsal para uma corrida de toiros achei apenas RIDÍCULO!!!
Quanto à fraca afluência de público a culpa não é da empresa visto a mesma já ter colocado vários tipos de cartéis nesta mesma praça, a meu ver o aficionado está é revoltado com muito que ficou para trás e até a casa estar nova tem muito que se arranjar!!!

Saudações taurinas 
Lara Veiga Vicente