Caldas da Rainha: "FINALMENTE UM MANO A MANO DE EMOÇÃO E TRIUNFO" em "barreiradesombra".

A 5ª corrida da Pera Rocha do Oeste, realizada na tarde de domingo 27 em Caldas da Rainha foi, finalmente, um mano a mano de emoção e de triunfo, com 3 grandes actuações de João Telles Jr e uma lide soberba de Pedrito de Portugal no seu primeiro, arrebatando literalmente os espectadores que preenchiam cerca de ¾ partes da lotação do cuidado tauródromo caldense. Viveram-se momentos de emoção, sentiu-se a tragédia na queda aparatosa e sem consequências de João Telles e nas colhidas dos bandarilheiros Pedro Vicente (que tomava a alternativa) e Cláudio Miguel. Público de pé muitas vezes durante a tarde fresca climatologicamente mas bastante quente pelo que se passou na arena. João Telles Jr teve as três mais redondas actuações que lhe vi nos últimos tempos. Três actuações onde foi notória a sua entrega na busca do triunfo, alicerçado num toureio frontal de muita categoria, de ferros de altíssima nota, magníficas preparações e bons remates das sortes. João Telles Jr somou pontos junto dos mais exigentes aficionados ao bom toureio a cavalo, interpretando muito bem as condições de lide dos três Charruas que lhe tocaram por sorteio, e não tirou o pé do acelerador no caminho do triunfo. Triunfo que tem maior importância pela lide ao quinto da tarde, um imponente “Charrua” com 580 kg, um «tio», e onde esteve a um nível superior na cravagem, sentindo-se também o cheiro da tragédia ao rematar um ferro e ficar preso por um pé no estribo e agarrado literalmente aos cornos do toiro. Encastou-se e terminou em grande plano. Pedrito de Portugal teve, finalmente, um toiro em que pode exprimir toda a classe e profundidade do seu toureio. Foi o seu primeiro, de muita nobreza e suavidade, de Torre de Onofre. Lanceou à verónica, mãos baixas, mandando nas investidas, e rematou com meia e serpentina. No toureio de muleta, cadenciado, com mando e temple, repousado, esteve extraordinário na forma como desenhou os passes, com profundidade, com sabor. Tandas que fizeram soar olés, que nos fizeram voltar atrás no tempo. Faena das que fazem aficionados e que fez com que muitos se levantassem nas bancadas para o aplaudir com calor e intensidade. Intensidade que havia tido a faena e que permitiu essa comunhão com os aficionados. E quando assim é, o triunfo é bem mais forte e importante. O segundo do seu lote teve algumas investidas potáveis, recebido que foi com 3 largas cambiadas de joelhos e verónicas. Pedrito conseguiu alguns bons momentos com a muleta, encontrando bem as distâncias e templando os muletazos, faltando força e raça ao toiro para dar maior expressão ao que de bom Pedrito fez. E no que encerrou praça, um Torre de Onofre extramente ofensivo de cornamenta, cumpriu de capote e de muleta depois deste toiro ter colhidos os bandarilheiros Cláudio Miguel e Pedro Vicente, felizmente sem consequências, os quais se arrimaram no tércio de bandarilhas. Os Forcados Amdores de Alenquer cotaram-se com uma belíssima actuação com 3 pegas de caras ao primeiro intento, rematando com êxito as lides a cavalo. Destaque maior para a enorme pega de André Laranjinha no que encerrou praça, e para as duas pegas de caras a cargo de Jaime Medes e Diogo Trindade. Os toiros de António Charrua estavam pesados, foram bons colaboradores para o êxito do toureiro e o ganadeiro deu volta após a lide do quinto. Dos de Torre de Onofre, muita classe nobreza para o que foi segundo da tarde, complicado e com sentido o sexto. O de Nuñez Serrano Suner, pequenote e sem forças teve na nobreza a sua melhor qualidade. Direcção acertada de Francisco Calado, assessorado pelo veterinário João Maria Nobre, com o senão de a corrida ter começado com 15 minutos de atraso devido á falta de uma bandeira de Portugal no local destinado á direcção de corrida…" (barreiradesombra 28/09/2015)

                                                                                             D.R. Armando Alves

                                                                                         D.R. Armando Alves